domingo, 19 de janeiro de 2014

odã para Tereza (número um)

ando pelos mesmos botequins de antigamente. se quer me ver passa um dia naquele de esquina ali no centro. em frente ao posto. eu sempre me escondo da sobriedade. lá eu entro com a sombra que bebe junto a mim e que sempre deixa a conta para que eu pague. um intruso. uma sanguessuga. uma amiga que vive de aba. alguns chamam ela de... Tereza. a maldita bebe caixas e caixas de cerveja e se embriaga com qualquer líquido que queime a garganta. Palhinha, Coquinho... qualquer inho para ela serve. é um puta porre. a minha ressaca começa no primeiro gole. se olho para o copo e enxergo dois depois de alguns minutos sentado na mesa. ela já está me acompanhando. sinto que vai dar merda. que o dinheiro não vai dar e que no final da noite a vida vem a tona. vem para lembrar que segunda-feira dá portada na cara. dá chute no saco e soco na barriga para o despertar às 4:45 da manhã. aí é quando eu acordo já vestindo Tereza. ela é roupa de brechó. amarrotada, velha, desbotada, mas todos me dizem que sempre cai bem. eu ando precisando comprar roupa nova, mas nunca sobra dinheiro no fim do mês. Tereza bebe tudo.

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